domingo, 24 de janeiro de 2010

Dias que se passam...


...sem que seu sabor seja apreciado.


Hoje, como em tantos outros dias, senti-me amargo, a alma dolorida, castigada por meus próprios insumos. Doía quase fisicamente - aliás, ainda dói.


Saí para caminhar entre os transeuntes, pessoas comuns que graças às suas tarefas atribuladas, não teriam tempo para me prestar alguma atenção.


- Bom. Na verdade, ótimo! Melhor que não me percebam, que continue assim.


Segui caminhando entre tanta diversidade, tantas peles coloridas, cabelos diferentes, olhares curiosos, indiferentes, divertidos, tristes... - admirável mundo novo!
Mas ao mesmo tempo, senti-me nauseado, aquelas pessoas exalavam algo desagradável, algo que por um segundo deixou-me desnorteado, até que então pudesse me reencontrar e assimilar. Aquelas pessoas, são carne, e portanto, carregam tudo o que de pior posso captar quando não desejo. Aquele fedor implacável que apenas seres humanos desprendem, deuses, aquilo me foi tortuoso!


Agora posso rir um pouco, afinal, graças à tal tortura, pude abstrair-me do que sentia, para passar a sentir puro e simples, enjoo. Glória! (risos)
Sei o quão estranho isso possa parecer, mas, para uma existência vazia e cheia de momentos lúgubres e dolorosos, uma situação típica e cotidiana para alguns, me é cheia de aspectos interessantes.
Ao que valha, o mesmo para quem vive meu oposto.


Já parou para deitar na terra pura e ver uma flor nascer?

Posso apostar minha imortalidade, que não.


Já parou para observar o movimento constante das nuvens, que nunca param, mas te dão uma sensação de formar desenhos no céu?
Com certeza sim, mas numa tenra e provavelmente longínqua infância.


Sob tantos ângulos, apenas tenho a certeza de que por muitas vezes, as pessoas tornam suas existências vazias e tristes, por simplesmente não saber olhar para os lados com mais apreço, para cima, com mais afinco, e ir buscar, a fundo, a origem e a beleza, que com toda a certeza de minha vasta - porém parca - experiência, sempre encontrarão.
Este, é mais um dos motivos pelo qual sou Tolo. O Tolo de Todos.